GESP: O QUÊ É E O QUE HÁ DE SER




Grupo de Estudos em Saúde Pública – GESP/UFPI


GESP: O QUÊ É E O QUE HÁ DE SER

O Grupo de Estudos em Saúde Pública do Piauí (GESP-PI), fundado em julho de 2010, tem sede nas dependências do Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP), vinculado à Universidade Federal do Piauí. O GESP tem por objetivos maiores instigar a interação da Universidade e da vida acadêmica com a comunidade, de modo a constituir campo maior de vivências e co-vivências entre a ciência e o mundo da vida. Constitui-se, além disso, como campo vasto de discussões, estudos e pesquisas em Saúde Pública, Formação em Saúde e Educação Popular em Saúde, Saúde da Família e Comunidade, Epidemiologia e demais áreas relacionadas aos determinantes e condicionantes da saúde em termos mais abrangentes.  Atualmente desenvolve projetos de extensão e pesquisa com Povos de Terreiros e cultura afro – brasileira na cidade de Teresina – PI, comunidades Ladeira de Terra e Vila Galvão, na zona rural, promoção e prevenção da saúde e demais comunidades do Estado, bem como estudos e pesquisas em Educação em Saúde, Saúde e Cultura, promoção da saúde e qualidade de vida, vinculados ao Projeto Ensino na Saúde financiado pela CAPES.

PARCERIAS

O GESP é atualmente composto por dois projetos de extensão registrados na Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e alguns vínculos externos. Um deles, mais recente, é com a Associação Brasileira Acadêmica de Pesquisas Médicas (ABRAPEM), Associação de Ligas Acadêmicas em Medicina de Família (ALASF), Associação Grupo de Medicina de Família e Comunidade (GMFC/Santos) e Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP/PI).

CAMINHOS E PERSPECTIVAS

Talvez o que mais defina uma pessoa, além do ensejo, do desejo objetivado em algo ou norte, seja o passo. As marcas que se imprimem ao chão ou a qualquer objeto que se toque. O GESP surgira assim, de uma imagem-objetiva em turvo entorno que ora se concretizava.
Fazer-se conhecer, então, para si, a princípio, e para os que são de si, em um segundo momento, é imprescindível enquanto instituição subjetivada, que se estende e se dissolve em seu entrono, entremeada nos sentidos e ações dos sujeitos que a constituem. Esse primeiro momento, creio, fora de conhecimento de si-no-mundo. Este texto trata do conhecimento de si-para-o-mundo e de pegadas.
            De início turvo e ações minguadas, o Grupo concentrou-se em pequena monta, disposta a organização de ações de extensão voltadas à comunidade de maneira continuada, em associação ao estudo e debate aprofundados acerca da saúde em seus conceitos mais amplos. Esbarrou, de logo, em uma dificuldade fundamental: como construir uma saúde (assim, como processo de lutas) de todos como idealizado pela Constituição? A racionalidade científica nos trouxera o hino “educação!”; após, a racionalidade reflexiva nos trouxera a máxima “participação social!”, a literatura chamou isso de empoderamento, mas na verdade e para além dela, representou o ponto de inflexão entre dois modos de ver o mundo, quando fomos capazes de nos entender enquanto imagem objetivada. “Então é isso: queremos empoderar!”. Esbarramos em metodologias, em ferramentas. Afinal, como fazer sentir ou sentir-se próprio? Recaímos em questões tão fundamentais e aparentemente sem resposta que mais e mais turvaram nosso campo de idéias. Mas, como dizem (alguém deve dizer), o único Sol que resta a esse céu cinéreo é o ensejo. E seguimos, com a mesma questão pulsante: como construir/resgatar coletivos?
            Sentir-se próprio de um todo coeso que comunga os mesmos sentimentos, os mesmos desejos e medos, e sentir-se agente construtor/modulador desse desejo não é tarefa fácil. Sentimo-nos, grosso modo, como crianças mudas que descobrem o segredo da vida. O que fazer, como? E se empoderar for apenas uma ferramenta? Contra quem?
            Desconstruir conceitos e práticas foi o passo seguinte. E então tentamos por em prática na I Feira de Saúde da Vila Galvão. Sei, feira não é nem de perto um bom nome. Remete, e agora fica claro como sangue (sim, claro!), à Ford. Bons tempos os de Ford, não precisávamos de ideais, mas poucas pessoas conseguiram produzi-los em massa tanto quanto ele.
            Tentamos criar na Vila um espaço de interação de simbolismos entre moradores e estudantes, sendo pensada, articulada e construída por ambos e para ambos. Todos eram, ao mesmo tempo, platéia e público (contra-regra, diretor, teatrólogo, cineasta, humano).  Não havia estudantes e comunidade, havia uma Comunidade, que por aquele período e pelos que se seguirão para cada um dos participantes, outras formas de entender a vida foram mostradas possíveis, legitimadas.
            E então surgiu uma idéia. “Vínculo, seria isso?” Seria ele a chave-mestra do empoderamento? Entender-se não apenas como parte de um coletivo por compartilhar características comuns, mas além. Ser a extensão de um corpo. Sim, diferente, com limitações e potencialidades como uma mão cheia de dedos. Construir a concepção de não apenas fazer parte mas de ser parte de um todo complexo, divergente de sentidos, de desejos, medos. Então, noite novamente: como nos tornar extensão de um corpo? Vínculo? Esbarramos, novamente, em metodologias, mesmo avaliativas. Várias “Feiras” se seguiram, reuniões, congressos, pesquisas, eventos... O que fizemos deu certo?


PRODUÇÃO TÉCNICO CIENTÍFICA (EM CONSTRUÇÃO)

Em quase dois anos de existência, tivemos um longo caminho de lutas. Geralmente, quando se caminha assim, resta um rastro de sangue no chão e um olhar fixo no horizonte. Essa é a perspectiva de construção/edificação de um grupo de estudos/pesquisa/vivências. Para melhor didática, postarei nossas participações em congressos e publicações por semestre desde nossa fundação. Cabe salientar que antes da luta cabe identificar-se enquanto lutador.

2010.2
·         Rodas de conversa, visitas e vivências comunitárias, estudo e discussão sobre estruturação metodológica e praxiológica do grupo.
2011.1
·         9 trabalhos apresentados no 49º Congresso Brasileiro de Educação Médica e publicados na Revista de Educação Médica (qualis B1);
·         2 resumos expandidos aceitos para apresentação no 5º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária e publicados em anais do evento;
·         Organização e participação da I feira de saúde da Vila Galvão, zona rural de Teresina –PI
2011.2
·         Organização e participação do Projeto Luzir, de vivência e intervenção comunitária na comunidade Santa Luzia, zona rural de Teresina- PI.
·         Organização e participação do I seminário sobre ensino na saúde do Piauí
·         2 trabalhos aceitos e apresentados no II Fórum em Defesa da  Saúde, São Luiz – MA, 2011; posteriormente publicados nos anais do evento;
·         1 trabalhos aprovados e apresentados no II Seminário Cultura de Paz, Educação e Espiritualidade, Fortaleza – CE, 2011;
·         1 capítulo de livro publicado sobre formação acadêmica e cultura de paz.
·         Vivência comunitária em terreiro afro-brasileiro de umbanda.
2012.1
·         5 trabalhos aceitos para apresentação oral e publicados no V Simpósio Internacional sobre Território e Promoção da Saúde.
·         6 trabalhos aprovados para 5ª Latin American Conference and Fourth Inter-American Conference of Health Promotion and Health Education, Cidade do México, 2012;
·         32 trabalhos aprovados para apresentação oral no 10º Congresso Internacional da Rede Unida;
·         Trabalhos enviados para o Congresso Brasileiro de Saúde Mental, Congresso Brasileiro de Cardiologia, XVIII Congresso internacional de Medicina Tropical e Malária e XLVIII Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, esperando resultados. 

Att. 
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Manoel Guedes de Almeida 

Presidente GESP